POR: Marcelo Simonato
Escritórios vazios, corredores silenciosos, espaços físicos sendo liberados novamente para locação. Este é o cenário de diversos prédios corporativos que antes, eram abarrotados por empresas e seus colaboradores, mas que agora realizam as mesmas tarefas, só que à distância.
Mas afinal, como liderar uma equipe em que os colaboradores passam alguns dias no escritório e outros dias no home-office e, como gerenciar com excelência essa rotina? Como administrar estes dois mundos?
Pesquisas garantem que esse formato veio para ficar, e que não retornaremos aos sistemas tradicionais de antes da pandemia. Para você ter uma ideia, 90% dos executivos entrevistados relatam que o rodízio entre o home-office e o escritório será um formato adotado de maneira permanente pelas empresas.
Será que este é então o tal: novo normal ???
Apesar da pandemia não ter chegado ao fim e grande parte da população já ter sido vacinada, parece que a volta a ser como era antes, definitivamente não deverá acontecer e começamos então a vislumbrar como será o novo cenário, já chamado de “híbrido”.
Muitos líderes ainda não se deram conta, mas adentramos à fase de focar em “quais são os maiores desafios do modelo híbrido” (aquele realizado em mais de um espaço) e buscar uma forma de gestão que não deixe ninguém de fora, que seja capaz de alcançar os colaboradores remotos e os presenciais, e detalhe, mantendo o mesmo engajamento.
Como líderes e empresas, devemos nos preocuparmos em como conseguiremos engajar a força de trabalho no formato híbrido. Questionamentos como: “qual o propósito de cada colaborador estar aqui” precisarão, mais do que nunca, serem esclarecidos.
Já não é mais uma questão de aceitação, incerteza ou adaptação, mas de se mover em direção de: treinar, desenvolver, motivar e engajar as equipes por meio de competências e uso de tecnologias simples que favoreçam essa dualidade. É uma questão de investir na qualificação dos colaboradores, na identificação e distribuição das funções conforme a compatibilidade de seus perfis, em explicar qual a missão de cada um, quais as necessidades da empresa, educando-os para novas habilidades, especialmente as humanas.
O desafio do líder, neste tempo, está relacionado à qualificação dos colaboradores, na necessidade de florescer novas habilidades e competências. Para isso, a comunicação será o principal ativo, pois deverá alcançar todos, de forma efetiva e acolhedora, sem deixar arestas, ruídos ou falta de interação.
O trabalho híbrido trouxe melhorias e otimizações como redução de custos na empresa, qualidade de vida para o colaborador e mais flexibilidade, mas por outro lado, o relacionamento não pode morrer, já que é um dos fatores elementares para a produtividade, entrega de resultados e atingimento das metas.
Tudo bem! Já entendemos que o formato híbrido tem preferência pela maioria, mas existe uma galera que deseja voltar a atuar nos escritórios, então como ser um líder capaz de administrar esses dois mundos? Vamos descobrir!
- Inclua todos da equipe – Se no dia marcado da reunião você estiver com 9 pessoas no escritório e 4 no home-office, o encontro deverá ser virtual. Todos devem ser inseridos, ter acesso aos sistemas da empresa e a aprovações remotas funcionais. Como líder, você deve entender que o trabalho híbrido é uma tendência, por isso, deve criar ferramentas que alcance a todos de igual modo.
- Realize rodízios – Depois de tanto tempo em isolamento, muitos colaboradores anseiam por voltar às suas atividades cotidianas. Por mais que o formato remoto ofereça flexibilidade, liberdade e qualidade de vida, parte da equipe quer retornar para o escritório. Prestar atenção nesse fator é também se preocupar com a saúde emocional dos funcionários, por isso, o líder deve fazer um bom uso dos espaços, agora reduzidos, de modo que todos tenham a possibilidade de estar fisicamente na empresa de tempos em tempos.
- Ofereça ferramentas, máquinas e equipamentos – Ainda que os colaboradores atuem de maneira híbrida, é responsabilidade da empresa/líder proporcionar a eles os recursos necessários para que possam realizar o trabalhos seja de forma presencial como remota. Um bom exemplo disso seria: dar a eles um celular com boa câmera para chamadas de vídeos, pacote de ligações ilimitada para falar com os clientes, fornecedores e com o próprios colegas da empresa, um computador ou notebook potente com memória suficiente para fazer download de documentos, relatórios e arquivos, e por fim, internet de alta velocidade para garantir um sinal de qualidade. Assim, o colaborador poderá entregar o trabalho com efetividade.
- Promova a interação – Mesmo à distância, o líder pode criar uma rotina que favoreça a interação entre os colaboradores com: cafés virtuais, hora do bate-papo, parabéns ao colaborador aniversariante de forma online, vídeo chamadas para feedbacks individuais e coletivos. Além disso, chamadas de vídeos são fundamentais para que o líder sinta o nível de motivação, engajamento e produtividade do time. Existem situações em que o “corpo fala” e, é somente com o contato olho no olho (ainda que virtualmente) que se torna possível identificar comportamentos e sentimentos, algo que e-mails ou mensagens de texto não são capazes de refletir adequadamente.
Qual a sua opinião sobre o modelo híbrido? Quais os seus desafios nesse sentido? Deixe seu comentário, vamos juntos compartilhar pensamentos e ideias a respeito.
Grande abraço a todos!
Marcelo Simonato
Executivo, Conselheiro de Empresas,
Escritor e Palestrante, Especialista em Liderança