A laringe é um órgão em forma de pirâmide constituído por cartilagens, músculos e membranas. Ela está localizada na região da garganta, entre a traqueia e a base da língua, da qual é separada pela epiglote, uma espécie de válvula que se fecha durante a deglutição e abre-se para permitir o fluxo de ar durante a respiração.
A laringe pode ser dividida em três diferentes compartimentos: subglote, glote e supraglote. É na glote que estão as cordas vocais, pequenas pregas que vibram com a passagem do ar e fazem parte do aparelho fonador.
O câncer da laringe costuma ter sua origem nas cordas vocais e os sintomas iniciais são rouquidão e engasgos, evoluindo para dispneia (falta de ar), dificuldade para deglutir, perda de peso, dor ao engolir, dor no ouvido e nodulos no pescoço.
A médica especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, dra. Debora Vianna, fala sobre a importância de um diagnóstico rápido e do tratamento.
“Quanto mais rápido o diagnóstico, mais ameno será o tratamento, bem como maior a chance de cura. Nos tumores iniciais, existem 2 possíveis tratamentos: radioterapia ou laringectomia parcial (cirurgia que preserva a função do órgão). Em estádios avançados, o tratamento consiste na cirurgia (laringectomia total) associado a radioterapia e quimioterapia.”, conta a especialista.
Em 2020, o ator Val Kilmer, astro do filme “Maverick”, foi submetido a um procedimento cirúrgico para tratar um câncer na garganta.
Em conversa com nossa coluna, a médica, que também é doutorada pela USP (Universidade de São Paulo), falou sobre o caso do ator.
“O ator Val Kilmer foi submetido a uma laringectomia total, fazendo uso de uma protese vocal para comunicação na sua vida cotidiana. Ou seja, ele passou por um procedimento cirúrgico onde ser faz a retirada total da laringe (o órgão onde ficam as cordas vocais, responsavel pela fala).” Disse a médica
Dra Debora Vianna explica ainda o que acontece com um paciente que passa pela laringectomia.
“O paciente não será mais capaz de falar como falava anteriormente. Mas ele será capaz de se comunicar verbalmente através de uma laringe eletrônica, que é um aparelho que produz a voz pelo paciente; também poderá falar através de uma prótese fonatória (que pode ser colocada durante a própria cirurgia da retirada da laringe, possibilitando a fala já no dia seguinte à cirurgia); também pode falar através de uma voz esofágica, que é conseguida através de um treinamento com fonoaudiólogo.”, finaliza a especialista em cirurgia de cabeça e pescoço.
*Publicado por Jairo Rodrigues