Por Ana Debiazi, CEO da Leonora Ventures*
Há pouco eu li um post falando sobre o que as empresas precisam fazer para inovar, tornar a indústria mais competitiva, resolver seus problemas e gargalos de forma mais eficiente e gerar maior faturamento. A resposta que o autor trouxe foi: “que as indústrias e empresas tradicionais comecem a ocupar os espaços nos centros de inovação”. Então me pergunto: onde está a inovação nessa conclusão?
Ocupar espaços bonitos, fazer salas coloridas, estar dentro de um centro de inovação não é inovar! Não adianta ocupar espaços e ter salas coloridas sem saber como fazer. Não adianta colocar pessoas não dedicadas, sem expertise, e tratar inovação como segunda ocupação. A cultura tradicional mata a inovação quando esta acontece sem conhecimento.
Inovar é se conectar ao ecossistema e entender como contribuir; é perceber que o ambiente conectado traz mais benefícios do que viver sozinho; entender que processos não precisam ser tão burocráticos; o mundo vem mudando mais rapidamente do que em qualquer outra época. A internet nos trouxe o benefício da conexão, do compartilhamento; de entender os hábitos de consumo e de vida em tempo real. Temos que nos beneficiar disso!
Para iniciar essa jornada de inovação, a empresa precisa olhar para dentro, entender quais são suas necessidades, até onde ela quer e pode chegar. Se ela quer trazer mais eficiência, se ela quer entrar em novos mercados, se ela quer ajudar sua rede de clientes e fornecedores. Sim, ela pode querer tudo, mas precisa ser de forma organizada e desconectada com seu dia a dia.
A melhor forma, e a menos custosa, para iniciar essa jornada é por meio da inovação aberta (open innovation). Mas isso está longe de apenas ter uma sala em um centro de inovação. A empresa precisa definir uma metodologia a se aplicar, traçar sua rota para se conectar aos atores desse ecossistema. Estar conectado significa contribuir, ceder, abrir espaço.
Os benefícios podem ser enormes, desde redução de custos, aumento de eficiência, até novos mercados e mais faturamento; porém, sem ter uma metodologia que lhe ajude, o caminho pode ser custoso e sem resultados.
A empresa tradicional já tem seu cotidiano e sabe o que traz lucro. Os colaboradores concentrados no dia a dia não podem deixar sua operação para pensar em inovação, ela tem que ser pensada por uma equipe dedicada, andando em paralelo. Devem entender as dores, olhando o que o mercado está buscando e as tendências de futuro.
As startups andam em velocidade diferente da empresa tradicional e precisam de uma equipe que acompanhe o ritmo. Elas têm gaps que devem ser sanados pelas empresas que investem nela, e esse acompanhamento deve ser feito por pessoas que entendam de inovação. Não devemos criar um elefante na sala com uma startup investida, muito menos matá-la pela cultura da empresa, e sim torná-la rentável e escalável.
Insisto em dizer: estar em centro de inovação pode ser bonito, mas não quer dizer que a empresa está inovando. Investir em startup não significa inovação. Inovação é rentabilizar o investimento, é escalar o produto/serviço oferecido.
*Ana Debiazi é CEO da Leonora Ventures, Corporate Venture Builder com DNA inovador e com proposta de trazer soluções para os setores de educação, logística e varejo e promover a aproximação entre organizações já consolidadas e startups – leonoraventures@nbpress.com
Sobre a Leonora Ventures
A Leonora Ventures é uma Corporate Venture Builder com DNA inovador e com proposta de trazer soluções para os setores de educação, logística e varejo e promover a aproximação entre organizações já consolidadas e startups. Tem o objetivo fomentar ideias inovadoras de educação e varejo e promover a aproximação entre organizações já consolidadas e startups. Pertencente ao grupo FCJ Venture Builder, multinacional que leva a inovação como base de ação com sede em Belo Horizonte (MG), pioneira no ramo de Venture Builder na América Latina, presente também nos Estados Unidos, Portugal e Finlândia.