Por Ana Debiazi, CEO da Leonora Ventures*
No ano passado, pela primeira vez no Brasil, a quantidade de empresas que procuraram startups para fazer acordos e os efetivaram foi maior do que o número de startups que fizeram esse movimento – é o que aponta o Panorama da Open Innovation & Startups no Brasil. Entre 2019 e 2021, o número anual de relacionamentos de open innovation (OI) entre companhias e startups mais que triplicou, sendo contabilizados 8.050 relacionamentos em 2019, mais de 13 mil em 2020 e mais de 26 mil no ano passado.
Diante disso, fica o questionamento sobre a importância de investir em OI. A resposta mais rápida é: as indústrias tradicionais precisam manter-se no mercado, a concorrência e a competitividade são acirradas, por isso precisam investir em inovação. Caso contrário, perderão espaço. Ou seja, a curto prazo, veremos mais empresas aderindo a esse formato e, com o passar do tempo, surgirão novas formas de inovação, mais fluidas e mais adequadas ao cenário atual, para que lá na frente, a longo prazo, o OI se torne uma nova fonte de receita para as empresas.
A possibilidade de investir é plural, mas, pegando como exemplo Santa Catarina, a segunda economia mais competitiva no Brasil, de acordo com o Centro de Liderança Pública em parceria com a Tendências Consultoria Integrada e a Economist Intelligence Unit, o estado se destaca em segurança pública, sustentabilidade social e eficiência da máquina pública, além de infraestrutura, capital humano e sustentabilidade fiscal, tornando-o um lugar de destaque para o OI.
A Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) estima que o corporate venture capital tem crescido de modo acelerado, e mais de 60% das companhias do país têm algum tipo de iniciativa. Com esse cenário e projetando um panorama para este ano, acredito que haverá mais incentivos e investimentos no segmento, fazendo surgir novas formas de viabilizar a inovação aberta, e mais empresas vão aderir ao formato, surgindo novas oportunidades de negócios.
Considerado o Vale do Silício Brasileiro, Santa Catarina conta com muito investimento em tecnologia, além de ser um polo de inovação e startups, com novas e boas empresas nascendo e precisando de mais espaço e novos clientes. No entanto, o estado ainda encontra muita resistência por parte das indústrias tradicionais.
De acordo com o Tech Report realizado pela ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia), no ano de 2019 o mercado de tecnologia expandiu em mais de 10 mil colaboradores, representando 20% de crescimento, um dos maiores do país. Essa ascensão reforça a importância do estado de Santa Catarina para geração de riqueza e movimentação econômica.
Em termos de faturamento, o setor de tecnologia catarinense é o sexto maior do Brasil, somando mais de 17 mil empresas que tiveram um faturamento de quase R$20 bilhões, representando 4,6% do faturamento do setor de tecnologia do país e 6,1% do PIB estadual. Esses números colocam Santa Catarina como o 3o estado mais produtivo do Brasil.
Podemos dizer que ‘a menina dos olhos’ do estado é Joinville, que sedia os principais pólos de inovação nacional, além de trazer consigo aceleradoras, startups e companhias que buscam evolução e inovação no país, mudando o cenário tradicional industrial. Na cidade, de acordo com a ABSTARTUPS, (Associação Brasileira de Startups), as startups ainda estão dando seus primeiros passos, estando ainda a maioria em validação, e somente 8% conseguem desempenhar um faturamento entre R$500 mil e R$1 milhão.
Falando sobre startups, a capital Florianópolis não deve ser esquecida. Ela está entre as 10 cidades com mais novas empresas a serem desenvolvidas no Brasil, além do grau de maturidade delas ser maior: em torno de 37% estão em fase de tração e 18% em escala.
O caminho para inovação é grande e ainda tem muito a ser desenvolvido, não apenas em Santa Catarina, mas no Brasil inteiro, e por que não com investidores estrangeiros? Seja qual for o estado ou o país, inovar é o melhor caminho.
*Ana Debiazi é CEO da Leonora Ventures, Corporate Venture Builder com DNA inovador e com proposta de trazer soluções para os setores de educação, logística e varejo e promover a aproximação entre organizações já consolidadas e startups – leonoraventures@nbpress.com
Sobre a Leonora Ventures
A Leonora Ventures é uma Corporate Venture Builder catarinense que tem a missão de impulsionar o crescimento de startups que atuam com tecnologias inovadoras no setor de varejo, logística e educação. Nascida das iniciativas do Grupo Leonora, empresa que está presente há 37 anos no mercado, sendo a segunda maior distribuidora de produtos de papelaria do Brasil e presente em mais de 11 mil estabelecimentos, e do Grupo FCJ, maior Venture Builder da América Latina, a Leonora Ventures é mão na massa e eleva o potencial escalável das startups em que atua.