Pela primeira vez pacientes de um hospital vinculado ao SUS terão acesso à Touca Inglesa
POR: LGA Comunicação
O Hospital do Câncer III – Unidade especializada em tratamento de câncer de mama do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é o primeiro centro oncológico vinculado ao SUS a oferecer a crioterapia capilar com a chamada Touca Inglesa, tecnologia capaz de evitar ou reduzir a queda de cabelos induzida pela quimioterapia. A instalação do novo equipamento é fruto de uma doação da Paxman, empresa britânica presente no Brasil desde 2013. A Touca Inglesa já estava disponível em redes e clínicas particulares e agora será oferecida a pacientes do SUS atendidos pelo INCA. Com isso, o Instituto passa a oferecer a mesma tecnologia utilizada nos quatro melhores hospitais do mundo, segundo a tradicional Revista Newsweek, que divulgou ranking global com as 50 melhores instituições em 2020.
“É muito mais que um cuidado com autoestima. É a possibilidade de oferecer às pacientes do SUS mais uma tecnologia de ponta. Elas merecem. O tratamento não se aplica a todos os casos, mas pode amenizar a queda e preservar os cabelos em diversas situações”, destaca Marcelo Bello, diretor do INCA III.
“A Paxman atua para oferecer tecnologia e transformar a vida das pessoas para melhorar e mudar o estigma do câncer, como forma humanizada e positiva de enfrentar esse momento. É um privilégio realizar essa doação para o INCA, um centro de excelência. É possível vencer o câncer sem perder os cabelos. Acreditamos na humanização do atendimento e vemos que essa tecnologia colabora para isso”, comenta Gustavo Spritzer, Diretor da Paxman Brasil.
Muito além da estética
Estudos revelam que a queda de cabelo é um dos efeitos colaterais mais traumatizantes da quimioterapia e causa danos que vão muito além do aspecto visual. As consequências são graves e até podem incidir na desistência do tratamento. Uma importante novidade foi divulgada pela NATIONAL COMPREHENSIVE CANCER NETWORK – NCCN, com impacto direto para pacientes oncológicos. O uso da crioterapia capilar, por meio da Touca Inglesa, agora faz parte das Diretrizes de Prática Clínica em Oncologia da NCCN para pacientes que vão iniciar o tratamento para câncer de mama, ovário, peritoneal e trompa de falópio. A novidade reforça a importância e consequências da possibilidade de manutenção dos cabelos durante a quimioterapia. A atualização destas diretrizes foi impulsionada pelo resultado de um extenso estudo científico submetido à FDA (U.S. Food and Drug Administration), que desde 2016 já certifica o uso da Touca Inglesa para pacientes de mama e recentemente expandiu para outros tipos de tumores sólidos.
Como funciona
A touca, conectada a uma unidade de refrigeração, é colocada na cabeça do paciente cerca de 30 minutos antes, mantida durante e em torno de uma hora e meia após a infusão das drogas, dependendo do protocolo adotado. O sistema resfria o couro cabeludo a uma temperatura em torno de 20°C. Com isso, diminui o fluxo sanguíneo nos folículos capilares e reduz a absorção dos fármacos na região.
A tecnologia de resfriamento do couro cabeludo vem sendo desenvolvida há décadas, e curiosamente já utilizou até mesmo melancias na cabeça de pacientes, nos primórdios dos estudos. Ao longo de mais de 20 anos de pesquisas com a Touca Inglesa, pacientes relataram a diminuição da alopecia a ponto de dispensar o uso de lenço ou peruca. A taxa de sucesso depende do tipo de medicação administrada, 50% para as mais fortes e até 92% nas menos agressivas e a sensação de frio foi tolerada por 98% dos pacientes. A terapia não é indicada para os tipos de câncer hematológicos ou para alguma alergia ao frio.