Por Anna Karina Spedanieri
ABRIL 2020 – O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, fechou praticamente estável na última segunda-feira (20.04), com queda de 0,02%, a 78.902 pontos. No dia 14 de abril, fechou o pregão em alta de 1,37% e chegou a 79.918,36 pontos. Foi a maior pontuação de fechamento em um mês, desde 13 de março, quando o Ibovespa ficou em 82.677 pontos.
A tendência, entre altos e baixos, é de recuperação acreditam alguns especialistas. Essa oscilação típica da bolsa de valores revela o comportamento do investidor brasileiro que toma suas decisões com base em comportamentos e crenças sobre dinheiro e não em comparações matemáticas e cálculos exatos, explica Caio Fernandez, CEO da IVEST (https://ivest.com.br/), consultoria de investimentos e consultor de investimentos CVM
Cenário brasileiro
Com a taxa Selic em queda, virou “moda” para investidores iniciantes apostarem na Bolsa de Valores, com um capital maior para atingir 1% de retorno mensal. Ao mesmo tempo, muitas pessoas não estão acostumadas com o mercado de ações que têm grandes oscilações, assim como ocorre no país, principalmente desde o início da pandemia do Coronavírus.
Já para os investidores que entraram na bolsa há pouco tempo, pelo fato da poupança e outros tipos de rendimentos estarem baixos, não estão acostumados com o “sobe e desce” da bolsa e quando isso acontece ficam assustados e até desistem da aposta. “Por isso, hoje afirmo que 60% das decisões da Bolsa de Valores são comportamentais com base e não exatas”. O consultor explica que esse perfil de investidor acaba saindo da bolsa no período de maior queda, mas que ao mesmo tempo poderia ser aproveitado para adquirir ações que estão em baixa e que lá na frente podem valorizar muito.
Investidor “experiente”
Na crise de 2008 dos Estados Unidos, pessoas que compraram ações quando a Bolsa estava em queda, depois de 6 meses ganhou bastante dinheiro. Hoje, com a crise do Coronavirus, investidores com muito tempo no mercado estão “acostumados” com essas oscilações da economia mundial, entendem que é uma oportunidade talvez de obter ganhos financeiros a longo prazo, ou seja, nos próximos cinco anos”.
A volatilidade da bolsa pode ser uma oportunidade de compra?
Para quem estava comprando na Bolsa de Valores, nos 118 mil pontos, agora aos 80 mil está em liquidação, porém obviamente que alguns fundamentos e perspectivas são alterados. “ O que indico às compras, porém de forma moderada, comprando aos poucos e tendo ciência que pode cair ainda mais, mas que ao longo prazo pode ser um excelente ponto de compra”, avalia o consultor de investimentos
Então é o momento para comprar na Bolsa? Fernandez indica que se tiver valores que não farão falta a curto prazo, ou seja, que não sejam essenciais para pagar funcionários, reserva de emergência da família e para pagar gastos de alimentação básica, é um excelente momento para comprar ações.
SOBRE CAIO FERNANDEZ – É CEO da IVEST (https://ivest.com.br/), consultoria de investimentos e consultor de investimentos CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Com experiência de 14 anos em consultoria e acompanhamento de investimentos somada a prática de palestrante e professor, o seu objetivo é transmitir todo o conhecimento técnico e “difícil” do mercado financeiro para o cliente final que quer cada vez mais um investimento/produto adequado. Busca oferecer qualidade e competência uma relação com total independência e sem conflito de interesses (caio.fernandez@ivest.com.br).