As medidas de isolamento social geraram reflexos negativos com o fechamento do comércio, serviços e indústria. As empresas sofrem com a falta de capital de giro e a maioria não possui fôlego para permanecer por muito tempo fechada.
Só em abril, segundo o SEBRAE, mais da metade das micro e pequenas empresas pediram empréstimos e mais de 600 fecharam as portas.
Para a professora de Economia da FAM (Centro Universitário das Américas), Mônica Menkaits, a crise provocada pela pandemia é global, porém, o Brasil sofre um pouco mais por conviver ao mesmo tempo com três crises:
– A sanitária causada pela Covid 19;
– A econômica causada pelas paralisações das atividades;
– A política que vem para impactar negativamente na economia;
As demissões não param. Só de março/abril foram 1,5 milhão de pedidos de seguro desemprego. Segundo os dados do Ministério da Economia, mais de 7 milhões de trabalhadores tiveram seus salários reduzidos ou contratos de trabalho suspensos, que representam 21% do trabalho formal do país.
“O mais preocupante é que a estimativa de desemprego estrutural aumente após a crise, ou seja, o desemprego será causado por mudanças estruturais na economia, alterações tecnológicas e padrões de consumo”, afirma Mônica.
“Portanto, é imprescindível que estejamos aptos aos novos modelos de negócios para mantermos nossos atuais empregos. Os dados do IBGE demonstraram que só em março a produção industrial encolheu 9%”, completa.
Com o freio da indústria associado à diminuição da confiança e da renda do consumidor, a projeção oficial do Ministério da Economia para o PIB é de redução de 4,7%. Ainda há controvérsias, pois, a expectativa de redução já chega em 7%. E o FMI (Fundo Monetário Internacional), já estima PIB negativo em 2021.
Segundo a economista, a crise política ficou mais complicada com a saída de ministros, gerando algumas consequências como:
-Maior volatilidade no mercado;
-Investidores com receio de injetar dinheiro em um país que não possui sintonia política;
-Maior instabilidade com queda na Bolsa de Valores Brasileira;
– Aumento do Dólar;
– Desvalorização do Real
Só de janeiro a metade de maio, o Real desvalorizou 45,1% em relação ao dólar. E aí vem a pergunta: Por que o dólar está tão alto?
Por basicamente quatro motivos:
– Instabilidade política;
-Queda da taxa básica de juros – Selic: 3%, com perspectivas de mais quedas;
– Incerteza sobre o tempo de duração da pandemia;
– Situação fiscal com o aumento da dívida pública.
Para a professora de economia, está claro para o investidor que as finanças públicas do Brasil foram varridas como um tsunami, pois o Governo passou a gastar mais para conter a pandemia, aumentando a dívida pública, que já tem expectativa de chegar a 90% do nosso PIB, com previsão de déficit de mais de 700 bilhões de reais.
“E o duro é que o Brasil precisa continuar com a agenda econômica pós-pandemia, para dar continuidade nas reformas, principalmente a tributária, mas necessita de aprovação do Congresso”, afirma a professora do Centro Universitário das Américas.
Em relação ao futuro, a crise é forte e a recuperação é lenta, devido ao alto endividamento das empresas e do governo. E a expectativa de crescimento econômico dependerá do fim do isolamento.
A dica da especialista é no atual cenário evitar gastar! Gaste com produtos e serviços essenciais, renegocie as dívidas e contratos de aluguel. Aproveite que os juros estão mais baixos.
Confira o vídeo:
Por Patrícia Lima, Tuddo Comunicação