O final de ano é tradicionalmente associado a celebrações e confraternizações, mas pode ser uma época desafiadora para adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). De acordo com o neurologista Dr. Matheus Trilico, especialista no tratamento de TEA e TDAH em adultos, entender esses desafios é essencial para promover um ambiente mais acolhedor e inclusivo.
Sons de fogos de artifício, luzes piscantes e ambientes lotados podem intensificar as sensibilidades sensoriais, especialmente para pessoas com TEA, levando a sobrecargas. Para minimizar esse desconforto, o especialista sugere o uso de protetores auriculares e a criação de espaços tranquilos durante eventos. Além disso, o final de ano costuma alterar rotinas, o que pode causar estresse tanto para pessoas com TEA, que dependem de previsibilidade, quanto para aquelas com TDAH, que têm dificuldade em manter uma rotina.
Segundo o Dr. Trilico, é importante manter algumas constâncias diárias e comunicar antecipadamente as mudanças para suavizar os impactos.
Outro ponto destacado pelo neurologista é o aumento das interações sociais nesse período, que pode ser desgastante. A pressão para socializar frequentemente aumenta a ansiedade e dificulta a concentração, especialmente em conversas mais longas ou complexas.
Para minimizar esses efeitos, o especialista sugere priorizar encontros em grupos menores. Além disso, as expectativas e pressões sociais dessa época podem ser uma fonte de ansiedade significativa, principalmente para autistas que muitas vezes sentem a necessidade de “se conformar” aos padrões sociais.
Para lidar com essas questões, o Dr. Trilico recomenda planejamento antecipado, como a criação de um calendário com pausas programadas, comunicação clara com familiares e amigos sobre necessidades específicas e a prática de técnicas de relaxamento, como exercícios de respiração profunda. Ele reforça que o autocuidado é fundamental para tornar essa época mais leve e agradável.
“O final de ano pode ser desafiador, mas, com os ajustes certos, também pode ser uma época de celebração e alegria para todos. O mais importante é respeitar as individualidades, celebrando com amor e empatia”, conclui o especialista.
Mais informações e artigos sobre TEA e TDAH estão disponíveis no blog do especialista: blog.matheustriliconeurologia.com.br