Acordar, tomar café, levar o filho para a escola, ir trabalhar, buscar o filho na escola, passar no supermercado, auxiliar o filho no dever de
casa, jantar, dormir e, no dia seguinte, recomeçar as mesmas atividades. Essa era a rotina que acontecia na casa de muitos brasileiros.
Acontecia, até aparecer um vírus danado e virar tudo de pernas para o ar.
A rotina de trabalho e da escola mudou, teve de ser repensada. De repente, nos vimos em casa, com nossos filhos, precisando acompanhar
mais de perto do que nunca a jornada escolar deles. Isso em paralelo com atividades da casa e do trabalho, muitas vezes. Com isso, novas palavras se somaram ao nosso vocabulário: home office, homeschoolling, nome de plataformas digitais, educação remota…
Escolas e professores precisaram se reinventar e aprender, de repente, a produzir aulas remotas e a usar a tecnologia. Nós, em casa, tivemos
que, de repente, sentar ao lado das crianças compartilhando o
computador ou o celular – e o tempo!
E durante a aula ministrada por canais especiais da televisão, por plataformas diversas ou ainda após esses encontros com os professores,
tivemos que relembrar conteúdos para ajudar nossos filhos nas variadas
áreas: Ciências Naturais, Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Inglês… E ensinar! Ou tentar ensinar.
Com isso, coisas boas aconteceram: nos aproximamos da escola, dos professores e dos nossos filhos. Criamos afetos e parcerias preciosas.
Mas também, alguns pontos nos levam a reflexões:
- Como ensinar sem termos estudado para isso?
- É possível ensinar sem encontros presenciais?
- Nós, enquanto família, temos sido parceiros da escola dos nossos filhos?
- O que é educação? Todos têm o mesmo acesso ao conhecimento?
- Neste momento de pandemia, os conteúdos curriculares são os mais relevantes?
Cozinhar juntos, arrumar a casa em parceria, cantar
músicas, ver filmes, ler histórias, conversar com amigos e familiares utilizando a tecnologia, descansar, conviver…
Isso não são aprendizagens importantes?
Certamente, nossos filhos – e nós também – levarão lembranças deste tempo de quarentena. Que sejam boas! Que sejam intensas! Certamente, precisamos repensar nossa relação com o tempo, conosco, com o outro,com o meio, com a escola. E, diante de tantas reflexões e pensamentos, preparamos algumas dicas para que, em casa, a rotina de estudos possa ser um momento de interação afetiva entre pais, filhos e escola.
Mesmo não sendo fácil, foi a única opção nos dada até agora para que nossos filhos continuassem a estudar. E mesmo sem preparo pedagógico, nos vimos diante deste novo desafio: ajudar nossos filhos a acompanhar aulas on-line. E quantos de nós, adultos e pais, nunca sequer assistimos a uma aula neste modelo, não é?
O objetivo destas dicas é apontar possíveis caminhos para tornar a rotina em casa mais tranquila, alinhando trabalho, estudo e tarefas
domésticas:
Os pais ou responsáveis precisam buscar conhecer junto com os
FILHOS A PLATAFORMA, CANAL DE COMUNICAÇÃO, AMBIENTE VIRTUAL, EM QUE SERÃO DISPONIBILIZADAS AS MATÉRIAS;
Manter a rotina com os filhos: horário de dormir e acordar, tomar o café da manhã, almoçar, realizar as atividades da escola como faziam;
Preparar o material escolar da criança: caderno, estojo, deixando tudo organizado para assistir à aula;
Procure organizar o espaço onde a criança assistirá à aula, de preferência um lugar arejado, tranquilo e claro;
É necessário assistir à aula completa;
É importante que a criança registre os conteúdos no caderno,
folha ou material que tiver disponível;
A concentração é importante, então cuidado para que outros ruídos de televisão e conversas não distraiam a criança;
É importante MONTAR UM CRONOGRAMA organizando os horários de estudo e as entregas de trabalhos e avaliações;
Os jovens podem realizar esta etapa com mais autonomia, para que não se sintam pressionados;
Combinar a pausa das suas atividades de home office com o intervalo dos filhos: é importante respeitar os intervalos, assim como no
colégio;
Valorizar a realização de atividades domésticas junto com as
crianças: cozinhar, colocar a mesa, tirar o pó dos móveis. Isso também é um momento de aprendizagem;
Reservar momentos para o lazer: assistir a filmes, ler livros, ouvir música e brincar também são atividades importantes.
Há ainda pais que precisam sair de casa para ir presencialmente ao
trabalho. Provavelmente, os filhos ficarão em casa. Assim mesmo, é preciso estabelecer uma rotina e acompanhá-los quando retornarem.
Enfim, sem dúvida, esse tempo ficará cravado na memória: tempo de
repensar o ritmo, de recriar afetos, pensar novos caminhos para a
educação.
AUTORAS:
Deisilly de Quadros é coordenadora da Área de Linguagens e Sociedade
da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional
Uninter
Gisele do Rocio Cordeiro é coordenadora da Área de Educação da
Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional
Uninter