Com previsão de fortes geadas para esta semana, principais estados produtores do Brasil devem ficar em alerta
POR: LAMCOMUNICACAO
São Paulo – Uma nova frente fria – já considerada histórica pelos meteorologistas – avança sobre o Brasil e deve despencar os termômetros nas áreas de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Como na lista estão os principais estados produtores do país, a previsão assusta agricultores que já se preparam para contabilizar os prejuízos em caso de frio extremo.
Na maior parte das regiões, as temperaturas mais baixas serão registradas entre quinta-feira, 29, e sexta-feira, 30. Nas áreas do Sul, por exemplo, a sensação térmica pode atingir -25ºC e até nevar. De acordo com o Climatempo, as capitais das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem registrar as menores temperaturas do ano. No Paraná, por exemplo, a mínima pode chegar a 1ºC.
As geadas criam um cenário de forte preocupação para o agronegócio do país. A região Sul, por exemplo, tem uma forte presença quando se fala em extrativismo, agropecuária, indústria, entre outros. Há uma intensa produção de soja, tabaco, cana de açúcar, laranja, uva, além da criação de gado. Minas Gerais, também listada como região que será fortemente afetada, é conhecida por ser o maior produtor nacional de café.
Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos, atua constantemente no setor de agronegócios e afirma que, em casos como estes, o impacto pode ser sentido, inclusive, em âmbito internacional, já que o Brasil é um dos maiores exportadores de café. “O que acontece é que, caso ocorra queda na produção, o mercado pode ameaçar um aumento nos preços”, explica.
Duek conta que ainda é cedo para saber se haverá ou não impactos na safra de 2022, mas existem grandes chances de que as produções sejam duramente atingidas pelo fenômeno e, consequentemente, o bolso do consumidor. Além disso, os prejuízos para o produtor costumam ser muito altos. O CEO comenta que, ainda na segunda quinzena deste mês, o mesmo fenômeno atingiu lavouras de milho no Paraná, causando grandes estragos. Esperava-se uma colheita de 15 milhões de toneladas no início da temporada, e a estimativa, que é de queda, aponta para 6,8 milhões de toneladas, 53% a menos. “Isso significa grandes prejuízos para o agricultor”, completa.
Para os casos de problemas financeiros intensos, causados por este tipo de situação, além de planejar novamente as produções, Duek indica estudar o alongamento de dívidas, principalmente em caso de débitos antigos, para organizar as próximas ações. Além disso, deve levar em consideração a possibilidade de recorrer à recuperação judicial nos casos mais extremos, já que esse processo contém diversas soluções, ideal para cada caso.