Por Dra.Sirlene Grotti
Como reorganizar a rotina pode ajudar sua saúde psíquica na quarentena e/ou isolamento social.
Segundo a fala do Jornal.Usp.br editoriais, atualidades, ciências, e ciência da saúde, ” a quebra da rotina pode trazer impactos psicológicos diversos para pessoas em diferentes classes sociais e até mesmo profissionais.”
Em certos momentos de nossas vidas, acordamos para viver nossa rotina diária, e deparamos com um vírus, que até pouco tempo estava longe em outros continente, e conhecíamos vagamente pelos noticiários.
De repente, não mais que de repente, entra no nosso País, no nosso Estado, na nossa Cidade, e entra na nossa casa, na rotina de toda sociedade, sem bater na porta.’
Aí pergunto:
Qual impacto psicológico dessa quebra abrupta de nossa rotina, de confinamentos longos, que essa Pandemia pode causar ? Está causando nas pessoas no geral ?
Como amenizar tal ocorrência ?
Segundo um professor psicanalista da USP Christian Ingo Lenz Dunker, o momento exige que todos reorganizem suas rotinas.
“Um dos primeiros efeitos da quarentena é a desorientação atencional. A pessoa se sente mais confusa, menos concentrada, muito mais cansada. Ela pensa que vai trabalhar em casa e vai conseguir descansar,mas não é isso que acontece, porque uma série de apaziguadores que nós temos no trabalho, como a pausa para o cafezinho ou a conversa com o colega são suspensos. É uma crise geral. Temos que termos consciência que tudo isso vai passar, pode até demorar,até mais que pensamos, mais vai passar. Teremos muitas fases e estamos só começando.”
COMO ALINHAR ESSA TRAVESIA DESSE MOMENTO TÃO INCERTO ?
Diz Dunker, não é fácil, sofremos uma ruptura de nossas referências simbólicas, com isso vêm as instabilidades psíquicas, ruptura dos sentimentos, uma violação mental dos parâmetros que nos circundam. Perdemos as referências, tudo passa ser incerto.
Nesse contexto, ainda, segundo o psicanalista Dunker, temos situações diversas:
“Pessoas que nunca foram ansiosas passam a ter ansiedade, nunca teve insônia mas passa a ter, outras podem apresentar agressividade ou ficar confuso ou desorientado. Também pode ter aquelas pessoas que já tem problemas paranoides ( um transtorno de personalidade ) que podem se apaziguar. Ou, teremos muitos casos potencializados, mais graves ao passar tempo, ou menos grave.”
Analisando as afirmações acima, acredito que as excessivas informações, certas, erradas, confiáveis ou não, podem deparar com problemas das pessoas na contextualização das notícias,e o desenrolar da Pandemia, em cada Estado, em cada Cidade, e assim vai.
Temos que nos ater a certas tarefas , temos que reorganizar, horários para fazer cada coisa,tanto na organização cotidiana, como nas tarefas de cuidar da higiene pessoal e manter a salubridade corporal.
Quanto equilíbrio mental, interessante fazermos pausas ao longo do dia, fazer atividades restaurativas como: uma leitura, jardinagem, cuidar de animais, arrumação de armários de casa, e também recuperar laços afetivos, usando nosso mundo digital, para rever parentes distantes, amigos que sumiram do nosso convívio social.
É um momento para cultivarmos a sociedade, o altruísmo e principalmente a humanidade, pois estamos vivendo algo muito além das nossas expectativas, algo fora de normal, enorme e mais poderoso que nós mesmos, algo transcendental.
Uma outra coisa que tem vir a discussão é que todos nós vamos ficar mais pobres, sofreremos o impacto do trabalho para resguardar e aos próximos, evitando a expansão rápida do vírus e ao nós recolher deixamos de produzir, perdemos renda e os problemas psíquicos entre saúde e economia vêm à tona, tudo muito emergencial para todo País e para o mundo.
Estaremos todos na mesma nave unidos em nome de um amanhã um pouco melhor, num País tropical, continental, muito complicado em dinâmica emergencial e ai ficamos todos fragilizados.
Os impactos do Coronavírus na Odontologia, mudou o cotidiano de muitas pessoas ao redor do mundo e fez que grandes eventos fossem alterados ou cancelados. Uma série de ações estão sendo tomadas em todo o mundo para frear a proliferação do Coronavírus. Além dos cuidados que devem ser tomados nas clínicas odontológicas de maneira geral, algumas outras medidas ditadas pelo CFO e por seus respectivos Conselhos Regionais de cada Estado limitou os atendimentos de Odontologia a URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS, que segundo as entidades, com o objetivo de preservar a saúde dos profissionais e da sociedade em geral, diante do agressivo potencial de transmissão do novo coronavírus.
A diminuição do contato com os pacientes reduzirá a possibilidade de contágio cruzado.
A recomendação também a máxima atenção e rigor ao protocolo de esterilização e limpeza dos instrumentais e equipamentos entre um atendimento e outro.
Os cirurgiões-dentistas precisam redobrar sua atenção ao uso individual dos EPIS, proteção individual ao máximo.Somos a classe profissional de mais riscos, estamos em primeiro lugar nos grupos de riscos.
Medidas econômicas foram solicitadas ao Ministério da Economia, aos profissionais liberais de Odontologia e as empresas do seguimento, através do CFO para reduzir impactos aos profissionais da rede privada, causada pelo coronavírus no Brasil.
Nesse contexto, o profissional de odontologia desde que a Pandemia mundial ganhou grandes proporções em nosso País, estamos no caminho de desiquilíbrio , dos medos, do financeiro, e impactos mais severos como os psicológicos por uma situação inédita.
Quero deixar aqui um parecer do amigo e colega, Prof. Dr. Sormani Queiroz, CROCE, Doutor em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial-Fortaleza CE. “Certamente a Odontologia não será a mesma depois da pandemia do coronavírus. Talvez seja um momento de mudança histórico quanto o surgimento o HIV nos anos 80, que mudou totalmente o modo como o cirurgião -dentista trabalhava e estabeleceu normas de biossegurança adotadas de rotina hoje na prática odontológica. Agora, porém, o cirurgião-dentista está no topo da lista dos profissionais que podem ser infectados pelo Covid-19, durante seu atendimento clínico. Além disso, sabe-se que muitos pacientes transmitem a infecção mesmo assintomáticos, de modo que, após o período de quarentena certamente haverão muitos pacientes assintomáticos sendo atendidos nos nossos consultórios. Some-se a isso o fato já reconhecido que os atuais equipamentos de proteção individual que usamos nos consultórios não protegem adequadamente contra a possibilidade de infecção. Isso vai exigir investimentos financeiros, treinamento e o estabelecimento de novos protocolos de atendimento, para reduzir ou eliminar o risco de contaminação não só do próprio cirurgião-dentista, mas também o risco de levar o vírus de um paciente para o outro.”
Dra. Sirlene Morais Grotti
CROSP 21430
ESPECIALISTA EM IMPLANTES E HOMEOPATIA