Em meio às complexidades do cenário macroeconômico brasileiro em 2024, que continua a desafiar e intrigar analistas e empresários, o Pagou Fácil, plataforma da Paschoalotto, realizou um levantamento entre março e abril deste ano.
Os resultados revelam de forma clara e detalhada o perfil dos endividados no país, oferecendo insights valiosos sobre a situação econômica atual e suas implicações para as estratégias financeiras individuais e empresariais.
Segundo os estudos da Paschoalotto, a inadimplência no crédito para pessoas físicas tem previsão para diminuir até o final de 2024, com um valor médio de cada dívida atualmente em R$1.428,14. Destaca-se que o estado de Mato Grosso registra a maior representatividade de pessoas inadimplentes, atingindo 53,70%, enquanto o Piauí apresenta a menor representatividade, com 35,85%.
“A inadimplência reflete não apenas desafios econômicos individuais, mas também tendências mais amplas no cenário financeiro nacional, demandando uma abordagem estratégica e colaborativa para mitigar seus impactos”, comenta Diego Mosquim.
Os resultados ainda indicam que as mulheres estão mais endividadas do que os homens, representando 50,4%, em comparação com 49,6% do público masculino. A faixa etária de 41 a 60 anos lidera as estatísticas, com 35,1%, seguida pelos grupos de 26 a 40 anos (34,1%), acima de 60 anos (18,9%), e, por último, aqueles com até 25 anos (11,9%).
O estudo ainda aponta que os setores mais afetados pela inadimplência incluem bancos e cartões de crédito, com 29,3%, seguidos pelo setor de utilities (contas básicas, água, luz, gás) com 22,9%, financeiros com 17%, e serviços com 11,1%. Os principais motivos de endividamento são salários atrasados (27,7%), endividamento (26,9%) e desemprego (15,3%).
Impacto das enchentes no Rio Grande do Sul
A região do Rio Grande do Sul, afetada por enchentes em diversas cidades, mantém uma contribuição substancial para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Em 2023, o estado gaúcho representou 5,9% do PIB nacional, totalizando R$640,23 bilhões, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, que registrou um aumento de 16,3% em seus negócios.
Indicadores da pesquisa demonstram que o estado do Rio Grande do Sul representa aproximadamente 3,95% das pessoas inadimplentes no Brasil. Este percentual está em tendência de aumento, porém diversas ações estão sendo implementadas pelas instituições financeiras, tais como refinanciamento de dívidas e prorrogação dos prazos de parcelamento, para lidar com o cenário atual do estado.
Desafios do desemprego
Outro ponto é que as taxas de desemprego estão em tendência de aumento, com a taxa subindo para 7,9% no primeiro trimestre de 2024, segundo dados do IBGE. No entanto, em comparação ao ano anterior, o cenário em 2024 é mais favorável, com 8,6 milhões de pessoas buscando emprego no país durante esse período.
“O aumento da inadimplência e do desemprego requer uma resposta estratégica por parte das instituições financeiras, que devem buscar soluções inovadoras e flexíveis para auxiliar os consumidores a superar os desafios financeiros”, enfatiza Mosquim, do Pagou Fácil.