Por Priscila Gasperin, gestora de RH da Dootax
No último dia 30, a Dootax realizou um webinar voltado para mulheres no mercado de tecnologia, marcando as celebrações do Dia Internacional da Mulher, ao lado de renomadas profissionais do ecossistema de startup brasileiro: Renata Favale Zanuto, Co-Head do Cubo; Ingrid Barth, founder da Linker e Diretora da ABFintechs; Clara Miranda, engenheira de Dados da Reamp+Jellyfish, com a minha intermediação. No encontro, compartilhamos nossas experiências e visões de como é ser mulher e atuar no setor dominado pela maioria de homens e quais seriam as alternativas para mudar este cenário.
Desde que ingressei na startup, me deparei com uma maioria esmagadora de profissionais homens, como era de se imaginar. Mas, o nosso objetivo era contratar mais mulheres para integrar o nosso time e, assim, fomentar a maior presença de profissionais do sexo feminino no ecossistema de tecnologia e startups.
A partir do meu olhar como gestora de RH, e experiência de 20 anos em grandes empresas como AmBev, Grupo Randon, Grupo RBS e TOTVS, e da vontade dos fundadores em ter mais mulheres em nossa equipe, começamos a captar mais perfis femininos para integrar o time de suporte de TI e desenvolvedores, pois entendemos que essa diversidade é totalmente necessária.
Hoje, a nossa realidade está atendendo a nossa expectativa de 1 ano e 8 meses atrás: antes, a nossa equipe que era composta pela maioria de homens, hoje, já está bem balanceada. Posso dizer que de 61 colaboradores, temos 41% do time composto por mulheres, um equilíbrio essencial para quem busca mais inclusão e diversidade dentro da nossa startup, incentivando também que mais mulheres ingressem nessa área.
Porém, essa realidade que temos na Dootax ainda está longe de ser a realidade da maioria das empresas de tecnologia. De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, de 2017 a 2019, houve aumento de 4,5% na quantidade de mulheres em carreiras ligadas à tecnologia da informação. Porém, as diferenças nas médias salariais ainda são grandes.
O estigma de que a mulher não pode integrar carreiras mais técnicas, assim como a falta de incentivo para que elas se apliquem em vagas que não estão 100% qualificadas ou ingressem nesse setor, é um dos desafios a serem enfrentados. Outra questão está ligada à sobrecarga de conciliar diversas funções como família, casa e profissão, que também são obstáculos para que elas iniciem em diversas carreiras, não só na área de tecnologia.
Outra pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que apenas 20% dos profissionais que atuam no mercado de TI são mulheres.
Atualmente no RH das empresas, buscamos cada vez mais mulheres, com o intuito de promover diversidade e quebrar paradigmas de que elas não podem estar em setores antes predominantemente compostos por profissionais homens, assim como técnicos. Acredito que essa transformação está atingindo diversas empresas e startups e, também, as próprias graduações e cursos profissionalizantes da área. Temos que começar a viabilizar essas oportunidades para que, no futuro, esse tema não precise ser mais debatido e que haja inclusão em todos os setores da sociedade.